7.08.2010

Ah! Eh! Uh!

Ah! Botas. Esqueçam o salto alto. As feministas dos anos 60 deveriam ter se livrado do salto alto, não do amigável sutiã - que afinal as mulheres não deixaram de por, e os homens adoram o momento de tirar. Livrem-se do sapatinho de salto alto, mesmo que digam que é elegante. Algo que complica os movimentos e torna o passo mais contido é de uma época em que os homens não queriam que as mulheres fossem muito longe. Hoje elas não precisam andar como quem pisa em ovos. Ou a ideia é justamente que seja nos ovos deles, demarcando o fetiche? Prefiro as botas, que podem ser femininas mas mostrar personalidade, mostrar disposição para passadas mais largas. Desde coturnos pesados a aconchegantes calçados de inverno, com o cano alto torneando as pernas e um pouco de metal na fivela. Então, sim, para quem fizer questão, a bota pode terminar dando um salto, mas com a firmeza assegurada.

Eh! Unhas compridas. Toda mulher deveria deixar as unhas compridas e resistentes. Mais que isso: saber usá-las nas costas de seu amante, não tão forte a ponto de sangrar, mas com pressão o bastante para causar arrepios. Nada como a sinestesia de dez pequenos pontos patinando na pele, lascivos e destemidos. Uma mulher que domine esta técnica não precisa sentir a tal da inveja do pênis. Ela possui tanto quanto é possuída.

Uh! A mulher pode, ou melhor, deve, ser tão participativa quanto o homem no jogo da sedução. Que seja sempre uma arte poética escrita a dois, com uma sintaxe de dois sujeitos, nenhum reduzido a objeto.

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