2.23.2009

Mais imagens do Puro Enquanto



Completei o upload de imagens do Puro Enquanto no Flickr, estão aqui. O Flickr não foi muito fiel, mas ok, é só pra dar uma prévia. Logo mais eu deixo aqui um trecho do livro, pra vocês degustarem a linguagem delirante que eu criei pra dar conta do universo dos sonhos. Dia de lançamento? Perguntem ao editor, o livro tá com ele há meses, já poderia ter saído.

Também estou cheio de artigos na gaveta que vão sair em revistas e sites ainda no começo do ano. "Enfrentando o vazio" está na nova edição da DASartes, o primeiro texto polêmico que eu consigo infiltrar em um terreno especificamente de artes plásticas. Ótimo, a única saída confortável dos antiartistas nos debates que eu coloco é me ignorar, e isso tende a ficar cada vez mais difícil. Nos últimos anos eu me senti um perseguido político, os antiartistas implacáveis contra a pintura, e só agora, com o Puro enquanto no prelo e os últimos artigos que eu escrevi é que eu sinto que derrotei esses meus inimigos. Nem que seja na minha mente, eu superei todos aqueles assassinos, os tapados que não deixavam a pintura respirar.

Às vezes sinto que deve soar meio chata a minha militância, mas se você notar que até mesmo artistas que se consagraram na pintura, como Luiz Zerbini, sofrem tanta pressão que absorvem o discurso do inimigo, seria covardia minha ficar quieto. É este o momento da arte que eu sou obrigado a presenciar, onde até os mais destacados pintores brasileiros podem deixar de pintar e se lamentar como um viúvo, dizendo "eu sei que a pintura morreu", mas que "não param de pensar nela". Alguém precisava oferecer um contra-discurso com toda a vitalidade necessária, alguém precisava superar quase cinquenta anos de mentalidade Gulag. Para que a pintura sobreviva, não basta pintar bem. Não adianta exibir saúde se tem alguém apontando uma arma para você - é preciso desarmar o agressor antes. Como não vi quase ninguém indo para o front, deixei muitos projetos de lado para contra-atacar com toda força. Agora sinto alívio, acho que o pior já passou. Obtive boas vitórias e tenho visto pessoas importantes mostrando que pensam parecido comigo. É questão de tempo até virar o jogo, basta que o trabalho que temos feito se propague para que a repressão seja coisa do passado. Em poucos anos, nem pensaremos muito na morte da arte, não nos apegaremos aos traumas. Vocês verão que um bom período para a arte está por vir, e eu sinto orgulho por acreditar que deixo minha colaboração.

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