* Se, apenas por um instante, eu tivesse acesso à mente divina, e pudesse escolher um único conhecimento, seria o do impossível da mulher. Simplesmente o mais labiríntico dos mistérios.
* O maior erro que um homem pode cometer é tentar ler sua amante em linha reta. Estamos falando da mais sinuosa das criaturas.
* Duas pessoas não se movem juntas, a menos que rodopiem em passos de dança.
* A mulher vem adotando posições que antigamente eram do homem. A cultura, o pensamento e a política só têm a ganhar com isso. Por outro lado, homens e mulheres parecem cada vez mais perdidos.
* Para não ficar para atrás, o homem vem se feminilizando. É uma reação desesperada ou estratégia certeira? Mudança real ou aparente?
* Será que há um eterno feminino, acima de todas as variações históricas? Pode surgir uma überfrau, uma super-mulher?
* Apesar das mudanças, em sua maioria o brasileiro continua machista. Inclusive grande parte das mulheres, e inclusive muita gente dotada de senso crítico.
* Por considerar que o homem é quem mete, muita brasileira acha que seu poder está em valorizar a maneira como se sub-mete. A ação é toda dele, ele é o sujeito do verbo, e ela se deixa posicionar como objeto.
* Lacan dizia que a mulher não existe. E as lacanianas, o que dizem?
* Poucas coisas me parecem mais raras do que relações onde os dois se posicionem como sujeitos.
*Em um casal, geralmente, um dos dois tende a se conformar com o papel de mais fraco e o outro a se aproveitar disso. Nem sempre o homem é o forte do casal - seu papel pode ser o de um castrado para o gozo fálico da histérica. E tampouco a histérica chega a ser um sujeito pleno, pois mal encontra força que não seja roubada do outro; ou seja, é reativa. Para que os dois existam na relação, o equilíbrio de forças é delicadíssimo.
* É uma pena que muitos homens se apavorem quando são a caça, e não o caçador. Infelizmente, inúmeras mulheres evitam tomar a iniciativa sempre que gostariam, para não intimidar.
* Uma mulher que aborda não se rebaixa facilmente a mero objeto, ela começa muito ativa. Nem que seja por uma noite, podem ser duas pessoas assumindo plenamente seus desejos, sem pudores.
* Mirem-se no exemplo das mulheres roqueiras. A expectativa romântica, no sentido novela das oito, costuma ser bem menor do que a da maioria. Isso é saudável. Não é preciso ser mulherzinha para ser feminina; pode-se falar e agir com a mesma potência que os homens. E lidam melhor com os homens ao não esperarem por um príncipe encantado. Nada mais devastador para qualquer coisa real do que um ideal inalcançável.
* Enquanto o amor não vem, o sexo pode ser só sexo. Aliás, apenas os pudicos acham que ir para a cama com uma pessoa não pode ser o início de uma conexão forte e honesta. Pode ser uma oportunidade para conhecer alguém em sua intimidade, não só física. A nudez de duas pessoas na cama após uma noite de prazeres - só depois desse tipo de proximidade é que há como saber realmente se vale a pena investir em uma relação duradoura.
* Tanto homens quanto mulheres se boicotam muito. Para ser justo, não é só a mulher que tem discursos sinuosos, medos e inseguranças de toda sorte. É sempre mais fácil obter prazeres moderados do que se entregar a uma pessoa que realmente valorizamos. Quando sentimos que temos muito a perder, nos apavoramos. O problema é, em grande parte, falta de amor-próprio. A maior armadilha é depender demais do outro para se sentir bem.
* Quanto mais temos uma reserva de auto-estima, mais podemos nos entregar a pessoas que nos toquem intensamente. Porque temos gordura para queimar, podemos nos arriscar sem o medo de que, caso percamos o parceiro, não nos sobre nada. Então, sim, nos aventuramos. Se não nos sentimos especiais, como sustentar o olhar de alguém que consideramos especial?
* A vida é uma só, mas as histórias podem ser muitas. É altamente recomendável experimentar-se tanto quanto puder. A melhor maneira de conhecer a si mesmo é nessa espécie de dialética com os parceiros.
PS:
* Já vivi uma situação em que do primeiro olhar ao beijo não foram nem quinze segundos - e foi um momento bem marcante. E situações em que o vamos nos conhecer melhor não me soou como um fazer-se-de-difícil, apenas como o convite para um degelo mais lento. Não se trata da velocidade, mas de sinceridade e integridade.
* O maior erro que um homem pode cometer é tentar ler sua amante em linha reta. Estamos falando da mais sinuosa das criaturas.
* Duas pessoas não se movem juntas, a menos que rodopiem em passos de dança.
* A mulher vem adotando posições que antigamente eram do homem. A cultura, o pensamento e a política só têm a ganhar com isso. Por outro lado, homens e mulheres parecem cada vez mais perdidos.
* Para não ficar para atrás, o homem vem se feminilizando. É uma reação desesperada ou estratégia certeira? Mudança real ou aparente?
* Será que há um eterno feminino, acima de todas as variações históricas? Pode surgir uma überfrau, uma super-mulher?
* Apesar das mudanças, em sua maioria o brasileiro continua machista. Inclusive grande parte das mulheres, e inclusive muita gente dotada de senso crítico.
* Por considerar que o homem é quem mete, muita brasileira acha que seu poder está em valorizar a maneira como se sub-mete. A ação é toda dele, ele é o sujeito do verbo, e ela se deixa posicionar como objeto.
* Lacan dizia que a mulher não existe. E as lacanianas, o que dizem?
* Poucas coisas me parecem mais raras do que relações onde os dois se posicionem como sujeitos.
*Em um casal, geralmente, um dos dois tende a se conformar com o papel de mais fraco e o outro a se aproveitar disso. Nem sempre o homem é o forte do casal - seu papel pode ser o de um castrado para o gozo fálico da histérica. E tampouco a histérica chega a ser um sujeito pleno, pois mal encontra força que não seja roubada do outro; ou seja, é reativa. Para que os dois existam na relação, o equilíbrio de forças é delicadíssimo.
* É uma pena que muitos homens se apavorem quando são a caça, e não o caçador. Infelizmente, inúmeras mulheres evitam tomar a iniciativa sempre que gostariam, para não intimidar.
* Uma mulher que aborda não se rebaixa facilmente a mero objeto, ela começa muito ativa. Nem que seja por uma noite, podem ser duas pessoas assumindo plenamente seus desejos, sem pudores.
* Mirem-se no exemplo das mulheres roqueiras. A expectativa romântica, no sentido novela das oito, costuma ser bem menor do que a da maioria. Isso é saudável. Não é preciso ser mulherzinha para ser feminina; pode-se falar e agir com a mesma potência que os homens. E lidam melhor com os homens ao não esperarem por um príncipe encantado. Nada mais devastador para qualquer coisa real do que um ideal inalcançável.
* Enquanto o amor não vem, o sexo pode ser só sexo. Aliás, apenas os pudicos acham que ir para a cama com uma pessoa não pode ser o início de uma conexão forte e honesta. Pode ser uma oportunidade para conhecer alguém em sua intimidade, não só física. A nudez de duas pessoas na cama após uma noite de prazeres - só depois desse tipo de proximidade é que há como saber realmente se vale a pena investir em uma relação duradoura.
* Tanto homens quanto mulheres se boicotam muito. Para ser justo, não é só a mulher que tem discursos sinuosos, medos e inseguranças de toda sorte. É sempre mais fácil obter prazeres moderados do que se entregar a uma pessoa que realmente valorizamos. Quando sentimos que temos muito a perder, nos apavoramos. O problema é, em grande parte, falta de amor-próprio. A maior armadilha é depender demais do outro para se sentir bem.
* Quanto mais temos uma reserva de auto-estima, mais podemos nos entregar a pessoas que nos toquem intensamente. Porque temos gordura para queimar, podemos nos arriscar sem o medo de que, caso percamos o parceiro, não nos sobre nada. Então, sim, nos aventuramos. Se não nos sentimos especiais, como sustentar o olhar de alguém que consideramos especial?
* A vida é uma só, mas as histórias podem ser muitas. É altamente recomendável experimentar-se tanto quanto puder. A melhor maneira de conhecer a si mesmo é nessa espécie de dialética com os parceiros.
PS:
* Já vivi uma situação em que do primeiro olhar ao beijo não foram nem quinze segundos - e foi um momento bem marcante. E situações em que o vamos nos conhecer melhor não me soou como um fazer-se-de-difícil, apenas como o convite para um degelo mais lento. Não se trata da velocidade, mas de sinceridade e integridade.