Sombrão. Assombração; sombrão.
Arrepio; é muito real, não sabia que coisa dessas existisse. Dois metros de altura, atávico (um Ante-passado). Feito sombra - e denso como pedra. Voz que atravessa os tempos, assustadora penetrante, enredante.
‘Sabe o que escondem os quadros de Dali?’ Dali? Dali ou Da Vinci? Ou Dadá... ali, ou vindo, ou a dar? ou vencendo? Vislumbre de Mona Lisa. Mas é como um rosto de um manequim de loja, sem peruca e com rosto pontilhado. Tem algo por trás do quadro, um objeto, entre a moldura e a tela pintada. Teria que se cortar a tela, (a Mona Lisa), e pegar com as mãos.
Mona Lisa é todo retrato de pessoa viva disse uma vez Clarice. Ou mais de uma vez.
Abrindo a terceira gaveta do armário da televisão. A gaveta é que vai lentamente se abrindo, fantasmagórica. Ao redor, paredes se inclinam, como navio à deriva (e nós, tripulantes em meio à tempestade).
Medo, ainda, da sombra. Não olhar para a esquerda, onde ela está. Não ver, evitar de enxergar a alma, e o que quer que seja de olhos vermelhos.
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