Saiu agora um artigo meu na revista Filosofia, Ciência e Vida: Harold Rosenberg diante da morte da arte.Fiz uma aproximação entre meu crítico de arte favorito e a filosofia de Nietzsche, mostrando que os dois juntos derrubam muito do que se pensou sobre arte das últimas décadas. Gosto de Rosenberg porque ele nunca fugiu da briga, percebendo quais eram os desafios intelectuais de nosso tempo e respondendo à altura. Ele foi brilhante ao combater a antiarte com argumentos muito superiores aos de seus adversários, sem cair em simplismos, com uma capacidade quase nietzschiana de avaliar diversos lados ao se posicionar. A antiarte não conseguiu refutá-lo, apenas ignorá-lo bem cinicamente, como muitos fazem até hoje.
É impossível resumir o texto em poucas linhas, mas vou deixar um trecho só para mostrar que a artilharia é pesada:
Percebendo o quanto a aceitação incondicional do novo é comodista, Rosenberg desdenha do que chama de opiniões da geração, não reconhecendo nestas muito mais do que modismo. Não é de todo gratuito, portanto, que acusa seus colegas de “embusteiros profissionais”. É evidente que declarações como essa não o tornavam especialmente simpático por parte de seus contemporâneos, o que também deve ter contribuído para seu isolamento. Contudo, ele não poderia ter herdado de Nietzsche apenas o espírito contestador sem um tanto de sua virulência.
4.28.2009
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1 comment:
Meu deus, quantos Bergs!
Greenberg, depois Rosenberg, e agora Hegenberg?
Como atravessar essa cordilheira?
Parabéns pelo artigo, Ivan, altamente recomendável
Abraço e boa sorte nas futuras escaladas
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