7.17.2009

Sufoco no aniversário

Já é uma tradição pessoal tudo acontecer ao mesmo tempo. Minha mãe estava há quase um ano na expectativa de uma cirurgia, uma histerectomia. Não foi ela quem marcou, soubemos em cima da hora, mas coincidiu com meu aniversário. Nem tudo segue conforme o planejado: havíamos marcado um jantar em família, e comida de hospital não era a primeira opção. Tínhamos até combinado que desta vez não haveria discussões ou “terapia de grupo”, só um momento à mesa conversando amenidades. Em vez disso, é como se o médico soubesse, preferiu que eu levasse minha mãe para o quarto 604 do Santa Catarina, logo nesse dia. E o medo de minha mãe morrer no meu aniversário? Não era uma cirurgia de alto risco, tudo correu bem, mas admito que bateu um certo medo de que Deus finalmente viesse cobrar minhas ofensas. Não ia dar nem pra continuar bancando o escritor maldito: “Seguinte, gente, minha mãe morreu na mesa de operações e a culpa deve ser minha. Deus só pode ser aquele vingador maníaco do Velho Testamento, não tem outra explicação.” Felizmente, foi só uma sincronicidade, não uma praga divina daquelas.
Dezenas de pessoas me mandaram mensagens de aniversário e eu não saberia como explicar a um por um que o aniversário não estava tão alegre quanto poderiam pensar. Não acho que era só preguiça, alguma coisa naquele dia bem que podia ser suave, então evitei o anticlímax. Para que preocupar todo mundo, se até o paranóico aqui sabia que no final não haveria castigo pela Santa Catarina? Agora explico a quem acabou sabendo pela metade: a cirurgia foi chata mais pelo lado emocional do que físico. Minha mãe se mostrou uma verdadeira guerreira e em poucas horas mostrava um bom humor maravilhoso. Nem mesmo a ironia de perder o útero no andar da maternidade onde havia dado à luz meu irmão a impediu de dar risada. Afinal, a gente encontra saúde vencidos os maiores desafios. Agora sim, sabendo que está tudo bem, posso comemorar mais um ano que completo, e, mais importante, a confirmação de que minha mãe é mais forte do que eu imaginava.

7.09.2009

Uma mensagem amiga

Veio em boa hora esta mensagem. Obrigado, Aline, eu tava precisando de um pouco de confiança pra encarar o que vem pela frente.

Ivan

Cara, acabei de ler o livro. MUITO BOM! Eu sei q não sou nenhuma crítica literária, mas também sei que livros não são escritos para críticos e sim para pessoas como eu! E eu digo que para me prender eu tenho que gostar muito do livro. E eu digo "GOSTEI! MUITO!" Me apaixonei pela maluquinha da Michele (confesso que já entrei em um ônibus só para ver onde ele ia, e o que ele me mostraria. E adorei o tanto de palavrões que ele fala, porque é assim que a gente fala (ou pensa!). E adorei entrar nos sonhos pirantes que as vezes parecem com os meus e outras nem tanto, mas que se eu pudesse lembrar de todos meus sonhos sei que seriam loucos assim.
E gostei da segunda chance dele ter vindo do amor puro, porque é isso que nos salva.
Muito bom trabalho!!!! Espero ver em breve outros livros! novos e os já lançados também.

Aline OS